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Protocolo de Segurança em Cirurgia Plástica promete tornar mais clara relação entre médico e paciente


(Paranashop) - O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de cirurgias plásticas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Segundo pesquisa realizada pelo Ibope, estima-se que em 2009 tenham sido realizadas mais de 640 mil cirurgias plásticas no país.

Com a grande demanda surgem alguns problemas, por isso o Conselho Federal de Medicina (CFM), em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), está elaborando o Protocolo de Segurança em Cirurgia Plástica, que deve estar pronto em setembro para aprovação.

De acordo com o coordenador da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do CFM, Antônio Pinheiro, o documento é como um roteiro que terá que ser registrado pelos profissionais detalhando etapas da consulta e do preparo pré-cirúrgico. “O objetivo é tornar diversas questões da cirurgia plástica bem claras e democratizadas entre paciente e médico. É importante ressaltar que o documento não substituirá o prontuário médico”, esclarece Pinheiro.

A cirurgiã plástica Léa Mara Moraes acredita que o Protocolo será muito bom para que o paciente tenha compreensão de todas as etapas do procedimento cirúrgico. Ela também destaca a importância do médico com especialização na área e ligado à SBCP para um procedimento dessa natureza.



A legislação brasileira permite que o médico, após seis anos de faculdade, atue em qualquer área da medicina, incluindo a cirurgia. Ele pode, teoricamente, trabalhar como cirurgião plástico, mas não pode intitular-se como tal, o que seria considerada uma infração ética. Porém, a Resolução 1.621/2001 do CFM dispõe que a cirurgia plástica é uma especialidade única e que só deve ser exercida por médicos devidamente qualificados, utilizando técnicas habituais reconhecidas cientificamente, com o objetivo principal de trazer benefício à saúde do paciente, seja física, psicológica ou social.

Preocupado com a atuação na área, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) também elaborou uma resolução para normatizar a atividade no Estado. A RN 153/2007 trata sobre a regulamentação dos consultórios e clínicas especializadas onde se realizam procedimentos médicos em cirurgia plástica. Além de estabelecer critérios e exigências para a prática profissional, a normatização estabelece mecanismos capazes de desestimular quem realiza a atividade sem condições técnicas, éticas e sanitárias.

Tanto CFM e SBCP têm tomado iniciativas para coibir práticas suspeitas e oferecer segurança ao paciente, que também deve prestar atenção em diversos pontos para ter bons resultados em uma cirurgia plástica. “O primeiro passo é escolher o profissional. Procurar saber sobre o trabalho do médico, conversar com quem já foi atendido por ele e pesquisar sobre o local em que são feitas as cirurgias”, diz Léa. Outra dica é verificar se o profissional tem título de especialista cadastrado no CRM-PR e na SBCP.

Além de conhecer o profissional, deve-se estar atento à forma de pagamento – prazos e preços muito abaixo dos praticados pelo mercado – e no profissional que promete resultados maravilhosos. “Os profissionais preparados dão muito mais importância à segurança e à satisfação do paciente do que atrair clientes com preços baixos. Também não existe a possibilidade de prometer como ficará o resultado da cirurgia. Fazemos uma previsão”, explica a cirurgiã.

Os resultados dependem não só do cirurgião, mas também do corpo do paciente, de como será a resposta do sistema imunológico à intervenção e se as recomendações foram seguidas à risca. “Não tem como o paciente trazer a foto de uma artista e querer ficar igual. Cada rosto tem a sua harmonia, o que fica bonito em alguns pode não ficar em outros. Se algum profissional prometer isso, desconfie”, argumenta Léa.

A cirurgiã acredita que o Protocolo de Segurança em Cirurgia Plástica será mais uma forma de dar segurança ao paciente. Pinheiro lembra que o documento não exime de complicações uma cirurgia. “Qualquer procedimento envolve riscos. Pode ocorrer um problema que não foi previsível. Assim, o Protocolo não pode significar uma arma, mas um documento de concórdia”, comenta.

O documento terá registrado os seguintes itens: identificação do paciente, patologia, indicação, discussão do caso com o paciente, riscos, exames pré-operatórios, visita pré-operatória, consulta pré-anestésica, qualificação do profissional, qualidade do local de atendimento, equipamentos específicos, etapas do ato cirúrgico (preparo do paciente, instalação do ato anestésico, início e fim da cirurgia e remoção) e também do pós-operatório.

O coordenador dos trabalhos explica que o documento está sendo discutido e elaborado. “Ainda não se tem ideia de como será implementado, pois não existe uma normatização central. Estamos em fase de reuniões para que em setembro possamos levá-lo para aprovação da plenária (do CFM)”, finaliza Pinheiro.


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